Perdi o fio
como uma faca velha perdida na gaveta.
Não faço medo.
Nem tampouco cumpro meu destino.
Rasgo a carne dolorosamente, demoradamente
Cega. Imprecisa.
No entanto,
peso no braço que me segura
Sem direção,
corto a mão.
Sigo um instinto nato que não se perdeu no tempo.
Golpeio o ar, sem rumo
Mantenho o punho fora do prumo
domingo, 27 de novembro de 2011
terça-feira, 15 de novembro de 2011
Fakelook
Corro para pensar no que estou pensando agora
e publicar uma frase rasa nesse meu rosto fantasmagórico que se mostra em um espelho descascado.
Daqueles mesmo, manchados pela falta do reflexo. E do uso excessivo e demorado.
Do outro lado dessa moldura vazia
ninguém repara.
As palavras são apenas maquiagem derretida no meio do dia sem calor.
e publicar uma frase rasa nesse meu rosto fantasmagórico que se mostra em um espelho descascado.
Daqueles mesmo, manchados pela falta do reflexo. E do uso excessivo e demorado.
Do outro lado dessa moldura vazia
ninguém repara.
As palavras são apenas maquiagem derretida no meio do dia sem calor.
domingo, 13 de novembro de 2011
sexta-feira, 4 de novembro de 2011
INSÔNIA
Há um cansaço antigo sobre todas as coisas novas.
De ombros rijos e vergados meu olhar percorre o mundo.
O estalido do velho assoalho ainda me causa espanto.
O grito escapa antes mesmo do susto.
Há rugas flácidas encapsuladas nas faces novas dos outdoors.
Cá estou eu. Debaixo do mesmo sol.
A sombra é pouca.
Não há alívio para a sede que me consome.
sábado, 22 de outubro de 2011
A derrota de Hermes (Poesia inerme)
Tudo é pressa.
Nada para. Não há pousada pra alegria.
O tempo tem pernas curtas e vai de trote para não atrasar.
Tudo é pressa. E essa luta me angustia.
Não há pousada para a alegria.
Ofegante, não acompanho
por mais que eu tente alcançar.
Foi só um flash o que eu acho ter visto.
Logo ali atrás.
Esta é uma era em que não se pode crer.
Tenho que ir.
Tenho que ir sem nunca chegar.
Tudo é pressa.
Essa luta me angustia.Não há pousada pra alegria
quarta-feira, 19 de outubro de 2011
Ofício de poeta
O motivo se faz em sua própria ausência.
A poesia, às vezes, é um nada
que inunda vazios de cor
e ilumina meus cantos tão assombrados.
Ela sabe de cor meus avessos,
às vezes, tão intraduzíveis.
Motivo? Sigo procurando.
É um não estar aqui o que me move, constantemente.
Não há coisa, nem sentimento...
Há sim, um pressentimento, quase sempre onipotente
que se instala.
Eis o mote.
E mais nada.
domingo, 9 de outubro de 2011
Um poema de filha pra mãe
PRAZO DE ENTREGA
O texto era para a terça.
Palavras encomendadas
Silêncio – foi o que a professora sugeriu
Ah! Se isso bastasse!
A mãe disse:
- Não dá assim, para racionalizar.
O amigo indicou um tema.
Rodopiando...
A caneta...
A cabeça...
Rabiscos
Sem mensagem alguma.
Eu chamei.
Ela não veio.
Exigi.
Ela não veio.
Subornei.
Riu de mim.
Desisti.
(Olívia Monteiro - 3º lugar no FECBIA - evento realizado pelo Intstituto Auxiliadora - Rede Salesiana - de São João del Rei - Outubro de 2011)
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