Um ano sem "moreno". In memorian reedito esse poema homenagem.
Existir é absurdo.
Eu não existe mais - e o pão está na porta.
Eu não existe mais - e mais cinco refinarias construídas.
Eu não existe mais - e vão eleger novo presidente.
Eu não existe mais - e o sol está lá fora.
Eu não existe mais. Apenas ele agora. A terceira pessoa, referida. Vista de fora. Apenas ele existe, a palavra oca e murcha, o verbo, o que restou do eu (que foi?) ele também já agonizante.
Existir é absurdo. A poesia é absurda.
Se ao menos planta, bicho, corpo reincorporado na terra.
Mas, não. Gente. Absurdo. Lacuna indissolúvel para outros eus, enquanto forem.
Eu não existe mais.
Eu: um absurdo.
Para Renato (1964 - 2010)
Mas é que em nossos Eu's (maiores) ele continua a existir. Moreno. De saudade!
ResponderExcluirLAMENTAVEL .....
ResponderExcluirSAUDADES ETERNA DO NOSSO IRMÃO (RENATO-MORENO).
Olá! Gostei daqui! Também gostei que gostou de lá!
ResponderExcluirBeijos
Olá! Obrigado, que bom que você gostou do jardim. As flores por aqui também são lindas, me encatei pela sinceridade.
ResponderExcluirUm poema intenso, sincero, movido pelo pasmo, pelo incompreensível, pelo absurdo que aflige o afeto e a razão.
ResponderExcluirUm abraço, Ana.