sexta-feira, 4 de janeiro de 2019

Convite

Gosto de redes sociais. São portais de possibilidades infinitas e isso é incrível. Entretanto, acho que temos aproveitado mal esse espaço. Estes canais virtuais me lembram as  ruas das pequenas cidades do interior, por onde desfilam os senhores de bem, as esposas respeitosas, os bêbados, as prostitutas, as beatas, as velhas fofoqueiras... as "novinhas", os moleques... Assim como lá, tuíta-se de tudo: política, religião, futebol, sexo, vida alheia. Não raro, há mal entendidos, conversinhas, dedos apontados. E há as velhas da janela, que tudo observam, julgam, se horrorizam e maldizem. Algumas dessas redes funcionam como as velhas colunas sociais dos "antigos" (?) jornais: fotos glamourosas (reais ou não) legendadas por eventos infindáveis. Enfim, acho que do mundo real para o virtual  não muda  muita coisa afinal, já que somos os mesmos seres -  às vezes humanos, às vezes desumanos de sempre.
Há alguns anos, criei esse blog. O objetivo era postar textos poéticos que me arriscava a rabiscar (sem grandes pretensões). Mas as redes sociais, como grandes e movimentadas avenidas, acabaram me seduzindo e abandonei - por um tempo - essa casa. Por um tempo, fui viver na rua. Curiosamente, não encontrei espaço de diálogo. Os grupos continuam fechados e, às vezes, intransponíveis. Não consegui furar a minha bolha. Então, me senti perdida, falando para as paredes.
 Agora senti desejo de voltar. Depois de ter perambulado por aí, retorno com mais bagagem para esta casa e tento reabitá-la.
Se você também quer descansar um pouco dos letreiros, da novidade sem fim, do trânsito louco e da necessidade incessante de tudo ver, entre. Venha me fazer uma visita.
Minha intenção é chamar sempre para uma conversa qualquer e tentar provocar uma resposta, uma discordância, um acréscimo...  Mas que a gente possa se ver e se ouvir com calma e pelo menos, pelo tempo de um café. Qualquer passante será sempre bem-vindo, desde que esteja disposto a gastar uns poucos minutos a mais de seu tempo para fugir do lugar tão comum do "ouvi dizer", da fofoca maldosa, do telefone sem fio, das fake news.
Podemos começar discutindo a polêmica das cores. Embora, muito possivelmente, haja discordâncias, acho que esse assunto pode render uma longa e boa conversa. 
@anaribeiro



2 comentários:

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 Todo mundo vai morrer. Mas ninguém devia morrer de câncer. Porque de câncer não se morre... se vai morrendo... O gerúndio como o grande mal...