sexta-feira, 31 de dezembro de 2010
Lacuna
Nem sempre o que te falta me completa.
Nem sempre dá para a rua a porta aberta.
Nem sempre a sua busca é o que me caça.
Seu olhar, nem sempre é o que me abraça.
Nem sempre. Nem sempre.
Nem sempre a tua falta me completa.
Nem sempre a minha falta é completa.
Tenho bons motivos para não ser metade.
Para não querer metades.
Há sempre uma palavra
entre meu olhar e o horizonte.
Um oceano.
Talvez eu busque em mim mesma.
O que é seu é sempre insano. Não está em mim.
Nem sempre o que te falta me completa.
Eu não sou o que você procura.
Nada de mim falta em você. @ana ribeiro
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A metade do outro é o tamanho exato do nosso egoísmo.
ResponderExcluirBelíssimo poema!
Ana,
ResponderExcluirquando eu crescer, quero ser do seu tamanho!
Hoje ainda procuro o que me completa...se é que podemos ser preenchidos..
ResponderExcluirLacuna é palavra que associo à existência e nunca se obtém a total complementariedade. Salvo de lacunas preenchidas pelo incessante movimento, como o leito dos rios, por exemplo.
ResponderExcluirBeijo.