Enquanto espero, aperto as teclas sem pensar muito. Permito que os dedos corram, escorreguem, se esbarrem na estreita fileira de letras que se espalham por debaixo da palma da minha mão. A poesia coça. Roça a pele fina das falanges. Não se mostra inteira. O pulso já dormente, solta palavras, que são apenas palavras. Não dizem. Ao menos, não dizem para mim. Queria dizer ao e os dedos teclam ai, repetem letras, pulam outras e, ao não sair, a palavra vira ai. Ai...ai... ai....Que texto besta. A mão não é a cabeça. Ou é? Onde está a palavra? Onde está a palavra que quero? Onde está a palavra que busco? O dedo não acha. As letras sobram onde as palavras faltam. Hoje não deu. O texto não foi. Entretanto, ei-lo aqui. Outro. Mas ei-lo aqui.
@Ana Ribeiro
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ResponderExcluirA poesia se faz, especialmente, na ausência..
ResponderExcluirAusência que incomoda, muitas vezes, mais do que qualquer presença. Ausência concreta. Ausência coisa.
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