sábado, 14 de agosto de 2010

MARIAS

Não me reconheço em ti.
Nem na pureza cândida,
nem na doçura dos lábios,
nem na beleza da pele
nem na brancura marmórea da pele.
Nem mesmo o manto que poderia também cobrir-me.
Parece-me curto demais para este corpo de hoje.
Não me reconheço em ti.
E por isso, não me reconheço em mim.
A pedra, a pele, a palavra ave: em mim uma caricatura.
Dessemelhantes no tempo, no modo.
O que é mesmo a virtude?
Talvez a dor nos aproxime. Talvez a dor. Talvez.
@Ana Ribeiro

2 comentários:

  1. Também a pureza cândida de seus versos
    lembram a doçura dos versos de Adélia Prado.
    e como são lindos!...


    Angelina Oliveira

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  2. O que dizer, Ana, anamélia, palavra ave que zarpa leve lírica linda?

    Maria Ângela

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Batismo

 Seu nome na minha boca. Macio e doce na aspereza da minha língua. Ao dizê-lo, te construo, E te faço imagem e semelhança do amor que tenho....