sábado, 17 de dezembro de 2011

Sobre laços e nós

Estreitos são os laços frouxos que nos arrematam.
Desembainhados, soltam franjas gastas que se pulverizam e se prendem incomodamente nas vestes, nos cabelos, no velho tapete da sala.
A cor ainda é bonita, mas há um insuportável cheiro de mofo sobre manchas desbotadas aqui e acolá.
O nó é forte, entretanto.
E se finge de enfeite.
Um enfeite murcho sobre um vestido velho.
Não há beleza.
Delicada pressão sobre  uma cintura antiga. E infinitamente mais larga. Apenas isto. Velhos laços estreitam os nós que nos prendem.
@Ana Ribeiro

domingo, 4 de dezembro de 2011

Antigamente...


Deu a mão.
E todos os dias
Entrega a outra face.

Sina de mulher?

Atire a primeira pedra quem não viu um caso assim.
Ainda hoje
E bem aqui.
@Ana Ribeiro







Sentença

 Todo mundo vai morrer. Mas ninguém devia morrer de câncer. Porque de câncer não se morre... se vai morrendo... O gerúndio como o grande mal...