Como quem sorve aos poucos
o remédio amargo na pontinha da colher.
Lembrança de mãe, de febre quente.
O sol esturricando rancores,
Tostando os amores lá fora.
O dia murcha como a flor sem vida
enfeitando um copo qualquer.
Para essa dor sem cura não há remédio.
Recolho o que sobra de perfume e cor.
Há febre ainda em minhas mãos frias.
Acolho a dor
e durmo em paz.
A manhã é nova
e a flor.
@anaribeiro
Nenhum comentário:
Postar um comentário