domingo, 29 de abril de 2012

Rosário

No alpendre de outra década -
um chalé: telhado de goteiras
e balaústres sem imponência -
vi uma flor de plástico.
Murcha.
Seu lilás desbotava debaixo da poeira
manchada por um chuvisco qualquer.
Parece que morria.
@anaribeiro

5 comentários:

  1. "flores de plástico não morrem"

    ResponderExcluir
  2. Ana,
    Gostei muito!
    Mesmo... e o que se segue seria escusado ;)
    Mesmo se o chuvisco me parece a mais, se incapaz de limpar a poeira e dar cor ao lilás. Mas... tanto faz, mostrou com emoção e visão como as flores de plástico também morrem...
    Parabéns!

    ResponderExcluir
  3. O artificial, as tentaivas e descrição perfeita da natureza, as teorias em geral, a ciência, enfim... já nascem mortos.

    Não sei o porque exato, mas o perfume ao mesmo tempo intenso e inodoro da sua flor me remeteu a isso tudo minha cara Ana.

    ResponderExcluir
  4. Quisera eu ser poeta, quiado por meu "ID" (psicanaliticamente falando) sem contudo me causar transtornos... rs.
    Teorias a parte, adorei seu poema Ana.

    ResponderExcluir
  5. "vi uma flor de plástico.
    Murcha."

    essa passagem me atingiu como uma flecha.
    uma ferida de morte.

    abraço!

    ResponderExcluir

Sentença

 Todo mundo vai morrer. Mas ninguém devia morrer de câncer. Porque de câncer não se morre... se vai morrendo... O gerúndio como o grande mal...