Te falei da peia.
Dourou a pílula.
Sacudiu a poeira.
Te falei do ócio
Te falei da dor
Não quis nem saber
Nem tirar, nem por.
Te falei que eu ia
Nem usei de tática.
Me olhou, nem gastou saliva.
Te falei que eu ia.
Ficamos assim,
sem eira nem beira,
na rua da amargura
como bem se dizia.
Eu tiro de letra esse drama barato.
Você nem se fala. Rasgou o retrato.
A vida é tão pobre. Esse romance
Não tem nada de nobre.
É como outros tantos iguais por aí.
Não vale um poema.
@anaribeiro
E quantos há que não valem um poema...
ResponderExcluirMas, mesmo assim, nós que em tudo vemos poesia, insistimos. E decoramos até mesmo os finais infelizes com as flores dos nossos olhares!
Adorei,Ana! Beijos!
Que lindo!
ResponderExcluirHum poema ,sempre,vai ser poesia e como toda poesia,por si só é uma maravilha..
ResponderExcluirExistem romances que não são nada nobres,mas sempre se poderá tirar poesia deles, mesmo que pequenos e mundanos.
ResponderExcluirNão vale um poema?
ResponderExcluirValeu muito esse sim!
Quem não vale um, ganha pelo menos um, quem não vale nenhum é que não fica com nada (ou com mil... vai saber?)
Fiz algo com a temática
http://poetasdemarte.blogspot.com/2012/02/historinha-romantica.html
Já estou te seguindo. Que bom encontrar seu blog.
Oi Lucas. Seja bem vindo ao digintimos. Obrigada por comentar. Espero que volte sempre. Uma abraço.
Excluirgostei da ironia, o velho paradoxo da dor amorosa, o que não vale um poema dá sempre os melhores poemas.
ResponderExcluirobrigado pela visita ao Casa de Paragens
"A vida é tão pobre. Esse romance
ResponderExcluirNão tem nada de nobre.
É como outros tantos iguais por aí.
Não vale um poema."
O poema inteiro é rico e cheio de originalidade, mas essa última estrofe é sensacional.
Belo poema!
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