sábado, 17 de dezembro de 2011

Sobre laços e nós

Estreitos são os laços frouxos que nos arrematam.
Desembainhados, soltam franjas gastas que se pulverizam e se prendem incomodamente nas vestes, nos cabelos, no velho tapete da sala.
A cor ainda é bonita, mas há um insuportável cheiro de mofo sobre manchas desbotadas aqui e acolá.
O nó é forte, entretanto.
E se finge de enfeite.
Um enfeite murcho sobre um vestido velho.
Não há beleza.
Delicada pressão sobre  uma cintura antiga. E infinitamente mais larga. Apenas isto. Velhos laços estreitam os nós que nos prendem.
@Ana Ribeiro

5 comentários:

  1. Jogo de palavras soberbo!

    ResponderExcluir
  2. nós igual a nós (lª pessoa do plural)

    ResponderExcluir
  3. Muito bem dito. O que será que anda matutando essa cabeça??? <3 Beijo carinhoso.

    ResponderExcluir
  4. belo texto, Ana. há um claro crescimento, vou ficar mais atento. bom ano, cabrita

    ResponderExcluir
  5. há de escapar o suspiro
    ...


    beijo carinhoso.

    ResponderExcluir

Sentença

 Todo mundo vai morrer. Mas ninguém devia morrer de câncer. Porque de câncer não se morre... se vai morrendo... O gerúndio como o grande mal...