sábado, 22 de outubro de 2011

A derrota de Hermes (Poesia inerme)



Tudo é pressa.
Nada para. Não há pousada pra alegria.

O tempo tem pernas curtas e  vai de trote para não atrasar.


Tudo é pressa. E essa luta me angustia.
Não há pousada para a alegria.

Ofegante, não acompanho
por mais que eu tente alcançar.

Foi só um flash o que eu acho ter visto.
Logo ali atrás.
Esta é uma era em que não se pode crer.
Tenho que ir.
Tenho que ir sem nunca chegar.

Tudo é pressa.
Essa luta me angustia.Não há pousada pra alegria

quarta-feira, 19 de outubro de 2011

Ofício de poeta




O motivo se faz em sua própria ausência.
A poesia, às vezes, é um nada
que inunda vazios de cor
e ilumina meus cantos tão assombrados.
Ela sabe de cor meus avessos,
às vezes, tão intraduzíveis.

Motivo? Sigo procurando.
É um não estar aqui  o que me  move, constantemente.
Não há coisa, nem sentimento...

Há sim, um pressentimento, quase sempre onipotente
que se instala.
Eis o mote.
E mais nada.

domingo, 9 de outubro de 2011

Um poema de filha pra mãe

PRAZO DE ENTREGA
 O texto era para a terça.
Palavras encomendadas
Silêncio – foi o que a professora sugeriu
Ah! Se isso bastasse!
A mãe disse:
- Não dá assim, para racionalizar.
O amigo indicou um tema.
Rodopiando...
A caneta...
A cabeça...
Rabiscos
Sem mensagem alguma.
Eu chamei.
Ela não veio.
Exigi.
Ela não veio.
Subornei.
Riu de mim.
Desisti.
 (Olívia Monteiro - 3º lugar no FECBIA - evento realizado pelo Intstituto Auxiliadora - Rede Salesiana - de São João del Rei - Outubro de 2011)

Sentença

 Todo mundo vai morrer. Mas ninguém devia morrer de câncer. Porque de câncer não se morre... se vai morrendo... O gerúndio como o grande mal...