sexta-feira, 9 de setembro de 2011

Volto à estaca zero
toda vez que apago uma linha.

O sentimento se veste, mas desiste.
Em dúvida, me pergunta se deve usar preto,
acessórios,
se o amarelo combina  com esse clima tão frio.
Me pede a roupa emprestada.
Dou palpites, digo que está ótimo assim.

Mas o que sinto é caprichoso
Faz birra e volta para a cama.
Hoje não vai sair.

Enquanto isso...
fico eu aqui.

A poesia espera demais de mim.
@anaribeiro

9 comentários:

  1. Ana,

    a poseia espera demais de vc porque poesia espera só demais de quem lhe pode ofertar algum presente peculiar.

    A transpiração e a inspiração são como um casal lobos raivosas de alcateias distintas, que vem por outra têm que copular, mas ficam se cheirando nas intimidades, esperando um momento de fraqueza do outro.

    Abraços!

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  2. Poesia quando resolve voltar ao armário e escolher novas vestes é sinal que vai ter chuva de estrelas... E já caiu uma aí!

    Beios, Ana!

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  3. Volto à estaca zero
    toda vez que apago uma linha.
    perfeito....

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  4. Ana, belo poema. Como diria o Drummond:

    "Lutar com palavras é a luta mais vã. Entanto lutamos mal rompe a manhã. São muitas, eu pouco. Algumas, tão fortes como o javali. Não me julgo louco. Se o fosse, teria poder de encantá-las. Mas lúcido e frio, apareço e tento apanhar algumas para meu sustento num dia de vida. Deixam-se enlaçar, tontas à carícia e súbito fogem e não há ameaça e nem há sevícia que as traga de novo ao centro da praça"

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  5. Ana,

    visitando pela primeira vez e já encontrando um belo motivo para retornar...

    Abraços, bons caminhos!

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  6. Belíssimo, Ana. Beijos.
    Sidnei

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  7. Ana que sensibilidade! Vou transmitir aos meus alunos suas palavras...Mas uma vez você consegue me emocionar. Obrigada bjss Jú

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  8. "A poesia espera demais de mim"

    Que belo! Primeira vez que vim por aqui...voltarei outras vezes,certamente!
    Aproveito e te convido a conhecer meu espaço. Serás bem vinda, moça. Beijo =)

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Sentença

 Todo mundo vai morrer. Mas ninguém devia morrer de câncer. Porque de câncer não se morre... se vai morrendo... O gerúndio como o grande mal...