segunda-feira, 4 de julho de 2011

São João del Rei

 
Torre barroca
Sagrado Lenheiro
teu incenso perturbador já me é familiar
embora não me reconstrua como um   cheiro de infãncia.
Impressionam-me esses olhos antigos
que semicerrados observam meus passos deslocados
por seus ladrilhos ainda sólidos.

É um olhar solene
para um novo estranho.

Impossível apreender-te em tua antiga novidade
que não se contenta em ser apenas velha.

Misturo-me.
Entre a buzina  e o angelus
o saber das pedras e dos homens
o sabor de tuas letras.

Entendo tua língua fronteiriça.
És como eu.

Foi preciso passar por aqui
para saber como as pedras
da minha mineira humanidade.
@Ana Ribeiro

Um comentário:

  1. Ana... interessante o poema: lembra-me a mineiridade de Drummond e a sua Itabira de ferro nas calçadas... o seu poema constroi este itinerário de Minas: pedregosa, histórica, família e de ferro... fique bem!

    ResponderExcluir

Sentença

 Todo mundo vai morrer. Mas ninguém devia morrer de câncer. Porque de câncer não se morre... se vai morrendo... O gerúndio como o grande mal...