Torre barroca
Sagrado Lenheiro
teu incenso perturbador já me é familiar
embora não me reconstrua como um cheiro de infãncia.
Impressionam-me esses olhos antigos
que semicerrados observam meus passos deslocados
por seus ladrilhos ainda sólidos.
É um olhar solene
para um novo estranho.
Impossível apreender-te em tua antiga novidade
que não se contenta em ser apenas velha.
Misturo-me.
Entre a buzina e o angelus
o saber das pedras e dos homens
o sabor de tuas letras.
Entendo tua língua fronteiriça.
És como eu.
Foi preciso passar por aqui
para saber como as pedras
da minha mineira humanidade.
@Ana Ribeiro
Ana... interessante o poema: lembra-me a mineiridade de Drummond e a sua Itabira de ferro nas calçadas... o seu poema constroi este itinerário de Minas: pedregosa, histórica, família e de ferro... fique bem!
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