sexta-feira, 15 de julho de 2011

Ladainha

Tudo que eu digo já foi dito
milhares de bocas, de ouvidos, de sentidos, há séculos ecoam na minha voz.
Minhas palavras estão cobertas por uma poeira milenar.
Não há novidade em mim.
Repito e perpetuo virtualmente
a rocha pré-histórica do pensamento.


Minha palavra é senil.
E definha.
@Ana Ribeiro

7 comentários:

  1. Não Ana, ela não definha. Re-vive a cada novo olhar, o que você faz é nos dar um outro prisma... mais colorido!

    ResponderExcluir
  2. Penso o mesmo em relação ao que escrevo, mas procuro superar essas "repetições" não no que se diz, mas como se diz.

    Gostei do espaço!

    ResponderExcluir
  3. Ana, não seria por que nós mesmos nos repetimos há séculos e aquela rocha pré-histórica seria a própria condição humana? Gosto de citar uma frase do poeta Saint-John Perse: "O que é novo tem mil anos, o que é velho tem um século".

    Definham as palavras? Creio que elas estão para o espírito como as células estão para o corpo: vamos largando-as por aí, elas se renovam, outras-mesmas, até que...

    Abraço.

    ResponderExcluir
  4. Tenho milhares de palavras decrépitas,
    num "museu de grandes novidades".

    ResponderExcluir
  5. te dejé un pequeño regalo en mi blog, es solo el principio, estoy comenzando a leer a Ana Cristina Cesar. Un abrazo.

    ResponderExcluir

Sentença

 Todo mundo vai morrer. Mas ninguém devia morrer de câncer. Porque de câncer não se morre... se vai morrendo... O gerúndio como o grande mal...