terça-feira, 19 de julho de 2011

Desalento II

 
  Picasso - Mulher ao espelho


Não me levanto cedo, nem arrumo minha cama.
Não enfeito as meninas, nem ajeito seus cabelos.
Cozinho mal.
Não faço faxina aos sábados, nem arrumo minhas gavetas.
Embora sinta muita vontade. De sentir vontade, talvez?
Pinto minhas unhas de vermelho, mas só de vez em quando.
Quase nunca aliso os cabelos... Minha boca é pálida.
O pior é que não sinto o que deveria.
O pior é que não sinto o que deveria.
Nem avental, nem um longo glamouroso. Nem o uniforme, ou o que quer que seja.
O melhor é que não sinto o que deveria.
Torno-me uma a cada dia. Mas passa.

Às vezes me canso de escrever também.
@Ana Ribeiro

2 comentários:

  1. E Guimarães diria que é assim mesmo, pois o mais bonito é que você não está sempre igual, ainda não foi terminada - afina e desafina!

    Eu digo: Amém!

    Abraços!

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  2. A gente passa por isso. Às vezes fica nisso. Importante é não deixar que interfiram no nosso "isso".

    Felicidades!

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Sentença

 Todo mundo vai morrer. Mas ninguém devia morrer de câncer. Porque de câncer não se morre... se vai morrendo... O gerúndio como o grande mal...