Sou minhas próprias próteses.
O carro - extensão das pernas
A lupa - extensão dos olhos
Do estômago - a panela.
O telefone para o ouvido
E conectado, totalmente: a tela.
Do medo, a unha arma
extensão do meu ódio, do meu receio.
Para cruzar a fronteira, a coleira
O abismo sem frio na barriga: o limite seco
A queda em pleno voo.
Já não há liberdade nessas asas sem imensidão.
A palavra asa
rompe o casulo desajeitada, sem direção.
A palavra asa
fora do corpo ave
tomba, ferida no chão.
Já não há liberdade nessas asas sem imensidão.
@Ana Ribeiro
O que posso dizer como editor da Pasárgada?... apenas que o seu texto tem o cheiro do novo... há alguma surpresa das rugas dos seus versos.... melhor... não há rugas.... talvez rusgas (brigas), provocações que a mim, pelo menos,deixam-me com mais fome... do seu texto ... Envia-me o seu endereço (por email) que terei imenso prazer em enviar-lhe o meu livro que sai na próxima quarta-feira... Ozias
ResponderExcluirE como dói ter certeza de que já não possuímos a liberdade de ir e vir em segurança! As asas estão cada vez mais metafóricas e a imensidão cada dia mais irreal...
ResponderExcluir"Sou minhas próprias próteses."
ResponderExcluirOriginalíssimo!
Beijo,
Doce de Lira
Muito interessante os seus últimos textos, e, pelo jeito tá bombando mesmo hem! Acho que em breve estarei por aí, presente em algum coquetel de lançamento de um bestseller totalmente piedense. Parabéns!
ResponderExcluirEita!!! Muito bom!!! Carregado!!
ResponderExcluir[]s
"Pra onde eu vou? Para o inferno? Então, adeus..."
ResponderExcluir"Foi o AVIÃO, foi uma refeição com gosto de plástico, foi uma escala, foi Brasília.
Foi um táxi, foi aquela arquitetura de concreto, asfalto e desolação, foi o calor sem oxigênio do Planalto Central.
Foi um ônibus, foi a secura vermelha do cerrado, foi o pó que emplastra o cabelo, seca a boca, resseca a alma.
Seco, tudo seco, tudo vazio." "inseguro (a)!"
Autor: BANDEIRA, pedro.
Livro: de PUNHOS CERRADOS.