sábado, 11 de junho de 2011

Eu: um delírio II



A véspera é a pólvora.
O futuro do tempo é agora.
O movimento para lá é incessante
Um instante que eternamente se desintegra
se desintegra e se reelabora . 

O futuro já não tarda.
Está mesmo aqui agora.
Onde? Já se foi?
A palavra bala já atinge o alvo pronta.
Atravessa-o fluido já pingando, desfirme.

O que era porta, vira torta,  via aorta não retorna.
A véspera é a pólvora de pavio curto
que não se inflama
O futuro do tempo é agora.

Eu: um muro, uma ponte, uma corda.
Que não liga, não toca, não prende.
Eu: um elo que não se fecha,
elo sem corrente.

Minha inutilidade é patética.

O tempo: seus passados e futuros somente existem em mim
E eu sou só presente.
@Ana Ribeiro

3 comentários:

  1. "O tempo: seus passados e futuros somente existem em mim
    E eu sou só presente."

    Bravo!!!

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  2. "Eu: um muro, uma ponte, uma corda.
    Que não liga, não toca, não prende.
    Eu: um elo que não se fecha,
    elo sem corrente."

    Bravo!!!
    (não consigo dizer mais nada, Ana. Nem mesmo deu pra ser original, rs)

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  3. Cara Ana... irretocável o poema... só li este... tive algum receio de avançar para outro texto seu e depois (sabe como são estas coisas das expectativas criadas, não sabe???)... vou com calma... avançando lentamente e espero ter oportunidade de ler o próximo post... só por este poema que eu li, posso afirmar: Temos poeta ou poetisa (se preferir)... Até breve,
    Ozias

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Sentença

 Todo mundo vai morrer. Mas ninguém devia morrer de câncer. Porque de câncer não se morre... se vai morrendo... O gerúndio como o grande mal...