quarta-feira, 9 de março de 2011

Quarta-feira de cinzas

 Fonte: torcedorcoral.com



Coloca-se novamente a máscara.
O rosto outra vez compenetrado. Pensamentos sem folia.
Alma de ressaca.

O bar da esquina tem apenas uma porta aberta.
É hora de varrer para fora o lixo das últimas risadas, agora esquecidas, despedaçadas, imóveis, espalhadas desfalecidas pelo chão.
Um bêbado na calçada insiste em segurar o instante. Inútil.

Rua suja.
De um jeito triste. Imóvel sujeira surda.
Alegria morta. O bêbado sorri.
É o limite.

Fiéis passam para a missa.
A música é outra.

Na boca ainda ébria da véspera
um sorriso samba mesmo assim.
@Ana Ribeiro

3 comentários:

  1. O carnaval só é feliz porque seu parâmetro é cinza, da quarta, das segundas, das rotinas marrons...

    ResponderExcluir
  2. É, de repente a quarta de cinzas já não se contenta em ser apenas quarta, e vai possuindo outras feiras... Ainda bem que entre o profano e o sagrado, salva-nos a poesia!

    ResponderExcluir

Sentença

 Todo mundo vai morrer. Mas ninguém devia morrer de câncer. Porque de câncer não se morre... se vai morrendo... O gerúndio como o grande mal...