domingo, 12 de dezembro de 2010

Mudez Parte II

A falsa calma da tarde de domingo invade as cortinas brancas do quarto de antigas paredes.
Balança perigosamente o tecido leve que roça seu ombro com uma delicadeza ameaçadora.
Um arrepio estranho de presságios irracionais percorre a pele clara de seu pescoço.
Esta presa inerte pressente a brisa que entra pela janela assoprando o calor angustiante de masmorra úmida.
A falsa calma da tarde de domingo invade o quarto quase escuro da penumbra que vem de fora.
Ou será de dentro?
Ainda há luz lá fora afinal.
Mas ela não se levanta. A cortina que balança é o movimento. O seu movimento.
Enquanto espera, escreve.
É só o que pode fazer.
@Ana Ribeiro

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Sentença

 Todo mundo vai morrer. Mas ninguém devia morrer de câncer. Porque de câncer não se morre... se vai morrendo... O gerúndio como o grande mal...